Doença celíaca

Paulo Jorge
3 min readJan 25, 2022
Doença celíaca

A doença celíaca é a intolerância permanente ao glúten presente nos alimentos.

O que é o GLÚTEN?

É a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, e no Malte (subproduto da cevada), cereais amplamente utilizados na composição de alimentos, bebidas industrializadas, medicamentos e outros produtos não ingeríveis.

O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca.

Nos doentes celíacos a ingestão de alimentos com glúten desencadeia uma inflamação da mucosa intestinal, que se vai agravando de forma progressiva, provocando diarreia, mal-estar digestivo, deficiente absorção nutricional, perda de peso, anemia e entorpecimento mental e alterações comportamentais.

O diagnóstico da doença celíaca é confirmado por análises laboratoriais e por biopsia da mucosa intestinal que apresenta alterações características.

Doença Celíaca

A doença celíaca é tratável. O tratamento consiste na retirada total e definitiva de glúten da alimentação, o que possibilita uma total recuperação e devolve saúde à pessoa.



Os sintomas da doença celíaca podem variar em cada paciente, mas geralmente são:

— Vómito

— Barriga inchada

— Emagrecimento

— Falta de apetite

— Diarreia frequente

— Irritabilidade ou apatia

— Evacuação grandes e volumosas de fezes pálidas e muito mal cheirosas

ver Doença Celíaca

Uma dieta sem glúten significa uma dieta sem proteínas do trigo, centeio ou cevada. Uma vasta gama de substitutos de trigo sem glúten são fabricados especificamente para pacientes com doença celíaca. O glúten é uma proteína com valor nutricional limitado que pode ser substituída por outras proteínas dietéticas.

No entanto, o consumo de alguns nutrientes, em particular fibras, ferro, cálcio e folato tende a ser menor do que o normal em pacientes que aderem a uma dieta isenta de glúten.

Existem também uma série de doenças que estão associadas à doença celíaca. Podem surgir antes do diagnóstico da doença celíaca, manifestar-se em simultâneo ou depois do diagnóstico.

Os doentes que as manifestam são considerados grupos de risco, uma vez que a sua associação à doença celíaca é muito maior do que a esperada. São os casos de doentes com dermatite herpetiforme, Síndrome de Down, Diabetes tipo I, Défice de IgA, Tiroidite Auto imune e outras doenças auto imunes.

Também as pessoas que tenham familiares de 1º grau de parentesco com doença celíaca devem ser considerados de risco, pelo que devem ser rastreados para eventual diagnóstico de DC.

O único tratamento cientificamente provado para a doença consiste em efectuar uma dieta isenta de glúten para toda a vida. Isto é, não poder ingerir os alimentos que contenham farinha de cevada, centeio, aveia e trigo.

Este tratamento só deve ser iniciado após a confirmação do diagnóstico e que, na maioria dos casos, exige a realização da biópsia intestinal.

Doença Celíaca foto

Há evidência que pequenas quantidades de glúten na dieta não causam quaisquer sintomas imediatos no doente mas lesam a mucosa intestinal, aumentando o risco de desenvolver cancro no tubo digestivo (carcinomas faríngeos, esofágicos, adenocarcinoma do intestino delgado e Linfomas de Hodgkin), outras doenças auto imunes, alterações do metabolismo ósseo, problemas relacionados com a fertilização, alterações neurológicas e psiquiátricas.

Razões mais do que suficientes para que a dieta seja cumprida de forma muito rigorosa.

Embora nenhum consumo de glúten seja o tratamento ideal para doença celíaca, um grau mínimo de glúten de contaminação é difícil de evitar.

A menor quantidade de glúten diário que provoca danos na mucosa celíaca intestinal ao longo do tempo (o limiar de glúten) é de 10 a 50 mg por dia (uma fatia de 25 g de pão já contém cerca de 1,6 g de glúten).

--

--